Andebol
História
O Andebol é uma das modalidades
em que se torna difícil determinarmos com exactidão a sua criação, embora
possamos encontrar origens de desportos parecidos já na antiguidade.
Foi descoberto em Atenas um baixo
relevo datado de 600 A.C.
de um jogo de bola com as mãos que seria jogado na Grécia antiga conforme
podermos ver descrito na Odisseia de Homero.
Nos finais do século XIX
princípios do século XX encontramos em vários países desportos que já se podem
considerar da família do andebol. Por exemplo na antiga Checoslováquia
praticava-se o “Hazena”, um jogo muito popular e com muitas semelhanças. Era
disputado num campo de 45m por 30m, com 7 jogadores em cada equipe e com
balizas que mediam 3m por 2m. Na Alemanhã em 1917 em plena guerra mundial, um
professor de ginástica feminina Wasc Heiser
criou um jogo que disputava com as suas alunas numa das principais avenidas de
Berlim. Em Portugal na cidade do Porto existia o “Malheiral”, assim chamado por
ter sido criado pelo professor de educação física Porfírio Malheiro. Estes como
outros jogos nunca se conseguiram impôr acabando mesmo por desaparecer.
Ao Andebol como nós o conhecemos
foi atribuída a sua criação ao professor
alemão Karl Schelenz, que reformulou as antigas regras e publicou as novas pela
Federação Alemã de Ginástica, mudando também o seu nome original que era
“Raftball”. No início o jogo era disputado por 11 jogadores de cada lado e
utilizavam-se os campos de futebol, mas os rigorosos Invernos europeus
principalmente nos países nórdicos obrigaram a sua adaptação para os salões diminuindo o número de jogadores
tornando-o mais atractivo, rápido e emocionante.
O primeiro campeonato do mundo realizou-se em 1938 tendo sido ganho
pela Alemanha, a partir de 1954 começaram a ser disputadas regularmente
competições internacionais de andebol de sete.
Em Portugal o andebol de onze
começou a ser praticado na cidade do Porto em 1929 introduzido pelo alemão
Armando Tsopp. O primeiro jogo oficial realizou-se em 31 de Janeiro de 1931 no
Porto e ainda nesse ano foi criada a Associação de Andebol de Lisboa e no ano
seguinte a Associação de Andebol do Porto. O andebol de sete foi introduzido no
nosso país em 1949 por Henrique Feist também alemão e o primeiro torneio
realizou-se no Verão desse mesmo ano.
O aumento da popularidade em todo
o mundo do andebol de sete levou ao princípio da extinção do andebol de onze
que de alguns anos a esta parte deixou mesmo de ser praticado.
Regras
Terreno de jogo
Como em qualquer desporto uma das
coisas mais importantes é conhecer o terreno de jogo e as suas marcações. Como
podemos ver no esquema seguinte ( Fig. 1) um campo de andebol é rectangular com
40m por 20m e dividido em duas áreas de golo.
Em cada área de golo existe:
A baliza. Ela é colocada no
centro da linha de fundo com 2m de altura por 3m de comprimento medidos a
partir do interior dos postes. Os postes têm 8cm quadrados. A baliza deve ter
uma rede que obrigue uma bola lançada a manter-se dentro dela e que impeça uma
bola de entrar nela por fora dos postes.
A área do guarda-redes. Esta área
é delimitada por uma linha continua (linha dos 6 metros) que está à
distância de 6m da linha de golo na parte frontal à baliza e na parte lateral
tem os mesmos 6m a partir do interior
dos postes. Nesta área não é permitido jogar quer aos jogadores da equipa que
ataca quer aos da equipe que defende, com excepção do guarda-redes da equipe
que defende.
A linha de lançamento livre
(linha dos 9 metros).
Esta é uma linha descontinua e cada segmento mede 15cm. Esta é desenhada a uma
distância de 3m da linha que delimita a área de baliza. É aqui que são marcados
os lançamentos livres depois de uma falta.
A linha de 7 metros. É uma linha com
1m de comprimento paralela à linha de golo e que dista desta 7m. Daqui é
efectuado o livre de sete metros que pune algumas das infracções do jogo.
A linha que limita o
guarda-redes. É uma linha com 15
cm desenhada em frente à linha de baliza, paralela a
esta a uma distância de 4m da mesma. O guarda-redes não pode ultrapassar esta
linha quando da marcação de um livre de 7 metros.
As linhas que delimitam o terreno
de jogo fazem parte deste, se a bola estiver a tocar nelas está em jogo. Todas as linhas
devem ter 5cm de largura com excepção da linha de golo que se encontra dentro
dos postes da baliza que deve ter 8cm de largura.
Tempo de jogo
O tempo normal de duração de um
jogo é de duas partes de 30 minutos cada, com um intervalo de 10 minutos. O
tempo de jogo é menor quando se encontram em campo equipas de escalões etários
com menos de 16 anos.
Nos jogos em que as duas equipas
terminam empatadas e tem que haver um vencedor joga-se um prolongamento. Este
constitui-se de duas partes de 5 minutos cada com um intervalo de 1 minuto e
meio. Se no final o empate ainda persistir joga-se um segundo período de
prolongamento com a mesma duração. Se no final do segundo período de
prolongamento o resultado se mantiver num empate passa-se para o desempate por
lançamentos de 7 metros.
Este sistema de desempate consiste em 5 lançamentos para cada equipa e se
necessário continua com novas séries desta vez de um lançamento para cada lado
até se encontrar um vencedor. (Em algumas competições pode haver regras
específicas para essa competição em particular.)
O tempo de jogo começa com o
apito do árbitro e termina com o sinal sonoro do relógio público ou do
cronometrista. Se nenhum destes ocorre o árbitro apita para terminar o encontro
quando o tempo deste chegar ao fim.
Se na sequência de um remate a
bola entra na baliza depois do sinal sonoro o golo não deve ser validado.
Quando uma infracção for cometida no final do tempo ou simultaneamente ao sinal
sonoro esta deve ser punida e o respectivo livre marcado mesmo que o cronómetro
dei-a por terminado o tempo de jogo.
Time-out (interrupção do tempo de jogo).
O tempo de jogo pode ser
interrompido por vários factores, mas sempre por indicação do árbitro.
Alturas em que o time-out é
obrigatório:
- Sempre que um jogador for
suspenso por 2 minutos ou expulso.
- Sempre que for assinalado um
livre de 7 metros.
- Sempre que for dado um sinal
pelo cronometrista ou delegado.
- Sempre que os árbitros
precisarem de proceder a uma consulta.
- Quando qualquer uma das equipas
o solicitar, tendo em conta que só o podem fazer uma vez em cada parte do jogo.
Esse time-out tem a duração de 1 minuto.
Os árbitros têm que dar sinal (3
apitos curtos e sinal de mão) de quando o relógio deve ser parado, e novamente
reiniciado (deve ser dado um apito).
A bola
A bola tem de ser redonda, de
couro ou um material sintético em que a sua superfície não seja escorregadia.
Habitualmente a bola deve ter entre 58 a 60 cm de diâmetro e entre 425 e 475 g de peso na vertente
masculina, e entre 54 a
56 cm de
diâmetro e entre 325 e 375 g
de peso na vertente feminina ou na de jovens masculinos no escalão dos 12 aos
16 anos. A sua medida e peso pode ainda diminuir em escalões etários menores.
Em todos os jogos tem de haver
pelo menos duas bolas na mesa do cronometrista.
A Equipa
Uma equipa pode ter no máximo até
14 jogadores, embora só 7 possam estar a jogar. Os outros são os substitutos.
Cada equipa tem de ter um mínimo de 5 jogadores no campo no começo da partida.
Um dos jogadores tem que ser o guarda-redes. O guarda-redes deve ter um
equipamento que o diferencie dos restantes jogadores de campo de qualquer uma
das equipas e também do guarda-redes contrário.
Depois de iniciado o jogo este
pode continuar mesmo que uma das equipas esteja reduzida a menos de 5
jogadores, cabendo sempre ao árbitro esta decisão.
Cada equipa pode ter 4 funcionários
por jogo sendo um destes o responsável e só ele se pode dirigir à mesa e aos
árbitros. Aos funcionários de equipa não é habitualmente permitida a entrada em
campo, se tal acontecer deve ser marcado um livre directo beneficiando os
adversários.
Os jogadores suplentes podem
entrar em campo a qualquer altura do jogo desde que os jogadores que vão
substituir já tenham saído do terreno de jogo. Se alguém violar esta regra é
suspenso por 2 minutos. Se mais de um jogador a infringir na mesma altura só o
primeiro será penalizado. O jogo recomeça com um lançamento livre para a equipa
adversária. As substituições devem ser efectuadas na linha limitativa de cada
equipa para o efeito excepto se esta se realizar no time-out de equipa.
Guarda-redes
O Guarda-redes é o único jogador
que em tarefas defensivas pode estar dentro da área de baliza. Nessa acção pode
utilizar qualquer parte do corpo para o efeito, mesmo a perna abaixo do joelho
ou pé. Pode sair da sua área (sem a bola em seu poder) e participar numa acção
de ataque, ficando nessa altura sujeito às regras aplicadas a qualquer outro
jogador de campo. Considera-se que ele saiu da sua área quando qualquer parte
do seu corpo toque no chão fora da área.
Ele também tem algumas acções que
não são permitidas.
No acto de defesa não pode pôr em
risco a integridade do jogador que ataca, sair da área com a bola controlada,
ou tocar na bola estando ela fora da área de baliza e ele dentro. Quando se
encontra fora da sua área não pode voltar para ela com a bola ainda em seu
poder. Não pode também tocar com o pé ou perna abaixo do joelho na bola dentro
da área se esta se encontrar para no chão ou a dirigir-se para fora da mesma.
Num livre de 7 metros
não pode avançar a linha de 4
metros enquanto o adversário não soltar a bola. Tendo um
pé dentro ou em cima dela pode movimentar o outro ou os braços em qualquer
direcção, mesmo em frente, para tentar efectuar a defesa.
Área de baliza
Tirando o guarda-redes nenhum
outro jogador, esteja a atacar ou a defender, pode entrar dentro da área de
baliza. Se o fizer será assinalado o respectivo livre. Se for um defesa que o
faça estragando uma oportunidade de golo o livre será de 7 metros.
Se algum jogador entrar por
momentos na área de baliza mas não criar nenhuma desvantagem ao adversário não
ser+a marcado nenhum livre.
Nenhum jogador pode jogar a bola
dentro da área se ela se encontrar em contacto com o solo, se estiver no ar
pode desde que ele próprio não invada a mesma área.
Se um jogador atirar a bola para
sua área será golo se ela entrar na baliza, livre se parar na área antes de
entrar na baliza ou o guarda-redes a parar, lançamento para o adversário se
acabar por sair do terreno de jogo pela linha final. Se a bola atravessar a área
e voltar ao terreno de jogo sem que o guarda redes a toque estará em jogo e
este decorrerá normalmente.
Os jogadores no acto do jogo
Podem tocar, passar, rematar com
qualquer parte do corpo menos com as pernas abaixo dos joelhos e pés. Podem ter
a bola em seu poder por 3 segundos e dar 3 passos com ela depois terá que
realizar um passe. Ao receber a bola pode manter-se com ela ou avançar em
drible (quando o jogador atira a bola repetidamente ao chão), depois de a
agarrar tem os 3 segundos e os 3 passos para a jogar.
Se a bola tocar num outro jogador
ele pode voltar a agarrá-la.
O jogador se estiver no chão pode
jogar a bola.
Uma equipa não pode trocar a bola
em seu poder sem tentar fazer jogadas com intenção de rematar à baliza. Se o
fizer será considerado jogo passivo. Ao ver isto o árbitro assinalará o acto
mantendo o braço erguido, se a equipa continuar com o jogo passivo será marcado
um livre a favor do adversário no local onde a bola se encontrar.
Faltas e Condutas Anti desportivas
É permitido a um jogador usar a mão aberta para retirar a bola da mão de outro jogador, usar os braços flectidos para estabelecer e manter contacto com o adversário com o propósito de o controlar, também pode o jogador usar o tronco para bloquear e ganhar uma posição.
Os jogadores não podem arrancar ou bater na bola que está na mão do adversário, bloquear com as mãos, braços ou pernas, empurrar ou usar os cotovelos. Prender pelo corpo ou equipamento um adversário. Estas são faltas quwe normalmente não são sancionadas disciplinarmente.
Se o jogador ao fazer a falta visar principalmente o corpo do adversário além da falta o jogador deve ser excluído por dois minutos.
Faltas violentas ou que possam por em causa a integridade física do adversário dão expulsão.
Durante o lançamento livre os adversários devem estar a 3 metros do local.
Se for um livre de 7 metros todos os jogadores devem estar fora da grande área e o jogador que o vai marcar tem 3 segundos após o apito do árbitro.
Jogo passivo
Serve para impedir que uma equipa intencionalmente pratique um jogo de contenção, sem tentar uma acção de golo. Neste caso os árbitros levantam a mão para assinalar o jogo passivo e a equipa em posse da bola deve imediatamente realizar uma acção de golo ou perde a posse da mesma.